Euclides da Cunha realizou caminhada para incentivar doação voluntária de órgãos

Caminhada contou com a presença de crianças, jovens, adultos e idosos, todos unidos por uma causa mais do que justa e importante.
Número de doadores de órgãos bateu recorde no Brasil no primeiro semestre de 2023, mas ainda está longe do ideal. Foto: Josevaldo Campos/RF

“Mesmo que seus pais não queiram, seja doador”. Essa fala é de Anne Sophia, uma garota de 11 anos, moradora de Euclides da Cunha, que mesmo antes de nascer foi diagnosticada com cardiopatia congênita e hoje se encontra na fase de pré-transplante de órgão.

Nem mesmo o sol escaldante afastou os participantes da caminhada. Foto: Josevaldo Campos/RF

Na manhã deste sábado (30/setembro), a pequena estava, firme e forte, na Caminhada pela Conscientização da Doação de Órgãos, movimento que trouxe diversas pessoas para as ruas de Euclides da Cunha mesmo sob um sol escaldante. “Nossa intenção é tentar mostrar para a população que é importante demais a doação de órgãos. Hoje, eu sou sadia, mas amanhã posso precisar. Se você incentiva alguém a doar órgãos, você pode precisar do órgão de alguém e ter uma pessoa para doar para você”, explica Eliana Campos, uma das organizadoras da caminhada.

Caminhada contou com a presença de crianças, jovens, adultos e idosos. Foto: Josevaldo Campos/RF

A mãe de Anne Sophia, Juscileide Araújo, que há anos luta pela vida da filha, também estava presente, e fez um apelo às pessoas sobre a importância de se pensar na doação de órgãos. “Eu me sinto feliz por a gente estar fazendo essa caminhada para conscientizar as pessoas da importância de doar órgãos para salvar vidas. Assim como vai salvar um dia a vida da minha filha, vai salvar a vida de outras pessoas que também estão na fila, crianças, idosos, e eu peço a todo mundo que avise a sua família, que seja um doador para ajudar a salvar vidas”, disse ela em entrevista para o site Retratos e Fatos.

Juscileide (mãe), Anne Sophia (filha) e Jeferson (pai). Foto: Josevaldo Campos/RF

Segundos dados divulgados recentemente pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), o número de doadores de órgãos bateu recorde no Brasil no primeiro semestre de 2023. Ao todo, foram realizados 4.247 transplantes, sendo mais de mil de fígado e pouco mais de 200 do coração. Segundo os dados da ABTO, a maioria dos doadores de órgãos são vítimas de AVC, homens, e tem entre 50 e 64 anos. Apenas 13% das doações ocorrem com pacientes acima dos 65 anos.

“Nossa intenção é tentar mostrar para a população que é importante demais a doação de órgãos”, diz organizadora. Foto: Josevaldo Campos/RF

Embora esse número seja positivo, ele ainda está longe de suprir o de pessoas que aguardam por uma oportunidade. O Brasil tem 57.343 pessoas ativas em lista de espera por um transplante neste momento. Destes, mais de 31 mil aguardam por um rim; 1.343 fígado; 303 coração; 146 pulmão e 23.729 precisam de uma córnea.

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