O prefeito de Euclides da Cunha, Luciano Pinheiro, se pronunciou no final da noite desta segunda-feira (03/01) sobre a polêmica envolvendo a superlotação no hospital municipal, falta de médico e depoimentos de moradores cobrando providências com a demora para serem atendidos no local.
Segundo o gestor municipal, a confusão ocorreu porque um segundo médico escalado para o plantão da tarde apresentou sintomas gripais e não pôde se apresentar, e que a situação foi agravada devido ao aumento expressivo no número de pacientes com sintomas gripais que estão procurando a unidade hospitalar, mais de 300%, mas que o hospital tem mantido o acordado com o município, que são dois médicos plantonistas em cada turno. “A direção do hospital foi pega de surpresa e começou o trabalho de procurar outro médico, e com o surto de gripe que está acontecendo, não só aqui em Euclides da Cunha, mas em todo o Brasil, e em todo o mundo, muitas pessoas começaram a chegar e o atendimento demorou, realmente”, disse o gestor municipal.
O site Retratos e Fatos procurou a direção do Hospital Português, que confirmou as informações apresentadas pelo prefeito. Segundo Euclides Pereira, coordenador administrativo, além de o médico ter sido diagnosticado com influenza (gripe), o número de pacientes na unidade tem triplicado nos últimos dias, mas que assim que tomou conhecimento do ocorrido buscou uma alternativa. O médico substituto, segundo Pereira, veio de Feira de Santana e começou a atender por volta das 22h. Ainda segundo ele, esse é um tipo de situação que foge à normalidade operacional e não tem como ser prevista.
No vídeo, o prefeito ainda criticou a forma como um veículo de mídia local abordou o fato e a forma como as pessoas expressaram a insatisfação. “Eu estou aqui conversando com a população, dando satisfação e cobrando dos órgãos competentes atuação. Eu não estou aqui para dizer que o hospital foi certo, mas imprevistos acontecem. Ninguém imaginava que um médico ia adoecer, então a direção foi pega de surpresa e imediatamente foi procurar um novo médico”, defendeu o prefeito.
A confusão
Durante a tarde e início da noite desta segunda-feira (03/01), a recepção do Hospital Português ficou movimentada com a presença de dezenas de pacientes, quase todos apresentando sintomas gripais. Como só um médico atendia, a população ficou revoltada com o tempo de espera e até policiais militares estiveram no local para ajudar a manter a ordem.
Quando a reportagem do Euclides News esteve no local, por volta das 21h, vários pacientes deram entrevista e criticaram, de forma inflamada, a situação da saúde e cobraram uma posição do prefeito sobre o assunto. Pacientes que, segundo relatos, aguardavam desde o início da tarde e até aquele momento não haviam sido atendidos.
Uma senhora, que não se identificou, por exemplo, disse durante a transmissão. “Eu sou de Muriti, estou com uma filha que toma 23 comprimidos, tem fibromialgia, tem ataque epilético, e está com uma dor no peito que pode ser início de infarto, e até esse momento ninguém atendeu”.
Outro paciente, identificado como Chico e com uma criança no colo, desabafou. “Eu queria que fosse a filha dele aqui com quase 40 graus de febre, se ele entrasse aqui se ele não ia ser atendido”.