O vice-prefeito de Quijingue, José Romero (Romerinho), criticou publicamente nesta terça-feira (30/agosto) a Operação Velho Ouro, deflagrada pela Polícia Federal e Agência Nacional de Mineração (ANM) para combater o garimpo ilegal de ouro nos municípios de Monte Santo e Cansanção.
Mais de 70 policiais federais com apoio de fiscais da ANM estiveram na região para cumprir 12 mandados de busca. Segundo informações divulgadas pela própria PF, os garimpeiros usavam explosivos e mercúrio, substância altamente tóxica, para extrair ouro nos garimpos ilegais. Além disso, segundo a investigação, “os garimpeiros compram, arrendam ou simplesmente invadem a terra onde foi descoberto indício de ouro e passam a extrair ilegalmente o minério, fazendo acordos entre si, permitindo a atividade de extração na ‘sua terra’ mediante o pagamento de ‘royalties’, ou contratam garimpeiros para trabalharem mediante pagamento de ‘diárias’”.
Ao tomar conhecimento da situação, Romerinho criticou a operação e saiu em defesa dos garimpeiros. “Ao invés da Polícia Federal, da Agência Nacional de Mineração ir para aí reprimir, querer punir trabalhadores e trabalhadoras que trabalham dignamente pra adquirir o seu pão de cada dia, deveria a Agência Nacional fazer uma política voltada para a regularização do garimpo em nossa região, porque já tentamos várias vezes e continuamos tentando, e a agência tem impedido”, afirmou o vice-prefeito.
Em outubro de 2021, Romerinho participou da criação da Cooperativa de Agropecuaristas e Garimpeiros da Bahia (CAGB), e desde então tem se empenhado para a regularização do garimpo, inclusive com idas a Brasília para reunião com o deputado federal e vice-presidente da Comissão de Minas e Energia, João Bacelar. “Estou aqui dando o meu repúdio como liderança política, como liderança da cooperativa dos garimpeiros, e dizer que continuaremos nessa luta porque o ouro é do povo brasileiro, o ouro não é das multinacionais”, disse.
Ainda segundo a Polícia Federal, além de desmontar o grupo criminoso, a Operação Velho Ouro também investiga a usurpação de bens da União. Os investigados responderão por associação criminosa, extração de recursos minerais sem autorização, importação e armazenamento de substância tóxica.