Junior da Pax, o menino gigante agora é história, lembrança e saudade

José Silva Santos Junior ou, simplesmente, vereador Junior da Pax, viveu os seus últimos momentos fazendo o que mais gostava: estar no meio do povo e lutar por ele.
Aos 36 anos de idade, Junior estava no seu melhor momento, político, profissional e pessoal, e desfrutava dos frutos de tudo aquilo que ele sempre sonhou e plantou. Foto: Arquivo internet

José Silva Santos Junior ou, simplesmente, vereador Junior da Pax, viveu os seus últimos momentos fazendo o que mais gostava: estar no meio do povo e lutar por ele. E lutar foi algo que ele precisou aprender desde cedo, para contornar a situação difícil da família.

Na última sessão, Junior repetiu o que estava acostumado a fazer e lhe fazia bem: defendeu e brigou pelo povo. Foto: Print transmissão

Aos 36 anos de idade, Junior estava no seu melhor momento, político, profissional e pessoal, e saboreava os frutos de tudo aquilo que ele sempre sonhou e plantou. Construir o Memorial Pax Monte Sinal era um de seus sonhos, inaugurado, após muito suor, literalmente, no dia 16 de março. Mesmo podendo contratar a melhor empresa de construção do país, era ele quem, todos os dias, estava lá, cedo, ajudando os pedreiros a erguer o prédio.

Construir o Memorial Pax Monte Sinai (foto) era um sonho do Junior. Mas, com certeza, ele não imaginou esse desfecho particular. Foto: Josevaldo Campos/RF

Pai da pequena Lara Sofia, de 09 anos, Junior não escondia o amor e orgulho que sentia da filha, e buscava uma forma de equilibrar o tempo entre o trabalho, política e a família. “Uma realização da minha vida tem sido assistir ao seu crescimento, à sua evolução. Quero muito que seja sempre feliz, e também se sinta realizada”, postou o vereador no último aniversário da filha. Ele estava prestes a realizar mais um sonho: ter um casal de filhos. Sua esposa, Djanira Oliveira, está grávida do pequeno Emanuel.

Pai da pequena Lara Sofia, Júnior deixou a esposa grávida de um menino, o Emanuel. Foto: Arquivo internet

Como num livro com final bem escrito, quase todas as palavras de Junior da Pax naquela segunda-feira foram de agradecimento, e seus passos os levou para lugares curiosos. Logo cedo, ele deu entrevista na rádio; depois, participou de reuniões; à tarde, marcou presença em um sepultamento na Baixa do Enxu (que ironia, meu Deus), e à noite cumpriu sua obrigação como vereador. Na última sessão, Junior repetiu o que estava acostumado a fazer e lhe fazia bem: defendeu e brigou pelo povo.

Por onde passou naquela segunda-feira, as palavras do vereador foram de agradecimento. Foto: Arquivo pessoal

Para o menino da Lagoa do Saco, não existia tempo ruim. Ele se doava tanto à vida política e ao trabalho que não lhe restava tempo para cuidar de si. Era um sonhador, um lutador que chegou longe, apesar de todas as dificuldades, e sabia que podia ir ainda mais além. “A maior felicidade que ele tinha era ajudar o próximo, era resolver um problema de alguém. Eu falei, ‘rapaz, você está se estressando demais, se saia dessa política, você não precisa disso’. ‘O povo precisa de mim. Dal, eu só vou sair da política no dia que Euclides da Cunha tiver um hospital regional, eu não aguento mais ver o nosso coirmão morrer aqui’”, relatou o irmão Paulo Dal Lima durante o velório.

Emocionado, irmão disse que vinha pedindo ao vereador para desacelerar e passar mais tempo com a família. Foto: Print transmissão

Bastante emocionado, Dal disse que sempre pedia ao irmão para desacelerar um pouco e olhar mais para a família. “Eu vinha domingo com ele da Vertente do Cupan e falei: ‘rapaz, você está se desgastando demais, arrume um tempo para sua família, seu filho está nascendo agora’. Ele falou, ‘não, eu preciso ajudar o povo’”, relatou.

Chegada do caixão à Câmara Municipal, momento de muita comoção. Foto: Print transmissão

Centenas de pessoas, de Euclides da Cunha e região, foram dar o adeus a Junior da Pax. Autoridades políticas também se fizeram presente. O menino sonhador, cuja humildade era a sua principal característica, agora é história, lembrança e saudade. Com uma passagem curta, ele foi um gigante, e como tal, jamais será esquecido.

“Rapaz, você está se desgastando demais, arrume um tempo para sua família”. Palavras do irmão do vereador, Paulo Dal Lima. Foto: Josevaldo Campos/RF

Gostou desse conteúdo? Então, aqui vai uma dica: segue @retratosefatosoficial lá no Insta. É rapidinho e é grátis.

Compartilhe