Sem mencionar a arara-azul-de-lear, Gabriel Nunes sai em defesa do Complexo Eólico Canudos

O complexo, que reúne o Parque Eólico Canudos I e II, está no centro de uma polêmica que envolve comunidades da região, órgãos estaduais de licenciamento, Justiça e entidades ambientais.
Segundo o deputado federal baiano, a decisão da Justiça traz insegurança jurídica para empresas que estão se instalando no país. Foto: print internet

Na última quarta-feira (19/abril) durante a reunião da Comissão de Minas e Energia, na Câmara Federal, o deputado euclidense Gabriel Nunes (PSD) saiu em defesa do Complexo Eólico Canudos e criticou a decisão da Justiça de suspender as licenças concedidas pelo Inema para funcionamento do empreendimento.

O complexo, que reúne o Parque Eólico Canudos I e II, está no centro de uma polêmica que envolve comunidades da região, órgãos estaduais de licenciamento, Justiça e entidades ambientais. Isso tudo porque o empreendimento da empresa francesa Voltalia foi instalado, segundo afirmam entidades e ambientalistas, em uma área onde vive e transita a arara-azul-de-lear, espécie ameaçada de extinção e endêmica da Bahia.

Segundo o deputado federal baiano, que não mencionou a arara em nenhum momento de sua fala, a decisão da Justiça traz insegurança jurídica para empresas que estão se instalando no país. “Respeito as decisões judiciais e o entendimento do Ministério Público, mas faço um apelo para que essa questão seja revista urgentemente. Fatos como esses podem estar trazendo grandes prejuízos para o setor elétrico brasileiro, fazendo com que empresas não se instalem aqui no Brasil”, defendeu.

Decisão da Justiça pede que seja elaborado um estudo e relatório de impacto ambiental e audiência pública. Foto: Arquivo Internet

Durante a sua fala, Gabriel Nunes pediu, ainda, o apoio da Câmara Federal, em especial da bancada baiana, para se unir e tomar uma “decisão enérgica para que não possa a gente estar tolerando decisões como essa, que possam trazer grandes prejuízos, em especial para a Bahia”.

Pedro Lima, ornitólogo e educador ambiental, doutor em Ciência Animal nos Trópicos (UFBA), defende a implantação de parques eólicos e geração de energia renovável, mas desde que os empreendimentos sejam implantados em locais adequados, que não agridam o meio ambiente. “Por que implantar um parque eólico numa região de uma espécie tão rara e que só existe na Bahia? Essa é uma pergunta que deve ser feita a todos. Quanto vale uma arara azul? Será que a extinção de uma espécie pode afetar o nosso planeta? Pode! Já está provado, muitas espécies que foram extintas, causaram determinados danos, algumas pragas surgiram após a extinção de algumas espécies”, explica o especialista.

Pedro Lima, ornitólogo e educador ambiental, defende a implantação de parques eólicos em locais adequados. Foto: Arquivo pessoal

Segundo ele, a arara-azul-de-lear foi salva pela comunidade e isso deve ser respeitado. “Deve-se respeitar o destino da comunidade e o direito, que pede que a espécie não deve ser extinta e não deve haver nenhum empreendimento que possa causar impacto nessa espécie animal e às comunidades tradicionais que residem no local”, complementa.

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