“É muito bom e deveria acontecer muito mais, em vários municípios. É uma oportunidade que a gente da agricultura familiar tem para estar mostrando os nossos produtos”.
A fala acima é de José Adalto, apicultor e membro da Cooperativa dos Apicultores de Tucano (Cooapit). Ele participou como expositor nos dias 02 e 03 de setembro da X Feira de Agricultura Familiar e Pecuária, realizada no município de Quijingue.
Por lá tinha exposição, comercialização e julgamento de animais, mostra de artesanato, plantas, produtos da agricultura familiar (da cidade e da região), artesanato indígena e produtos do couro, além da realização de serviços como emissão de DAPs (Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) e consultas em saúde.
Encontramos a Raimunda Marques dos Santos, moradora de Quijingue, conferindo tudo de perto com sua amiga. Ela super aprova a realização da feira e vê o evento como uma oportunidade de mostrar o potencial produtivo local. “É muito importante porque vai demonstrar algo que temos em nossa cidade. Mostra e faz com que o município trabalhe mais voltado aos agricultores para não ter que o pessoal sair [para outras cidades]. Aqui está mostrando que Quijingue tem como eles continuarem por aqui”, defende.
Ela cita a feira também como uma incentivadora para os jovens estudarem na área. “Hoje em dia já temos muitos veterinários, coisa que aqui a gente quase não tinha, o pessoal não queria. ‘Ah, eu vou estudar para ir para a roça? ’, era a visão que o pessoal tinha. Hoje, muitos já se interessam por estudar voltado à agricultura, ao campo”.
De fato, as feiras da agricultura familiar e agropecuárias da região têm mostrado que é, sim, possível, produzir e viver no campo. E muitos jovens, famílias têm percebido isso, e buscado desenvolver formas de emprego e renda. “Quando você pega numa garrafinha de mel dessa, por exemplo, não é só uma pessoa que está envolvida, é uma cadeia, e isso é importante. Para ela chegar aqui, teve a participação de várias pessoas, e são pessoas simples, da comunidade, e que dependem exatamente disso”, acrescenta o apicultor tucanense José Adalto.