Desde o ano de 2017, Daniel Oliveira da Silva, o Ligeirinho, de Euclides da Cunha, vem colecionando pódios e títulos de campeão no ciclismo. Este ano, mesmo com um semestre bastante difícil, como o mesmo descreveu, vários resultados positivos já foram conquistados, como o primeiro lugar no XCO do Véio, competição realizada no domingo, 03 de julho, em Cruz das Almas.
Em todas as competições, o desafio de Ligeirinho não é só vencer os demais atletas competidores e os próprios limites físicos e emocionais, mas sempre que precisa viajar para competir, antes das trilhas ele trava uma batalha para garantir o patrocínio e conseguir chegar lá.
Essa semana, contudo, a história mudou um pouco, e para pior. O campeão euclidense foi vencido antes mesmo de chegar perto da próxima disputa, que será a etapa única do Campeonato Baiano de XCM, a ser realizada dia 10 de julho em Itaberaba, valendo o título de campeão baiano. “Infelizmente vou ficar de fora da etapa, impossível ir sem apoio”, lamenta o atleta.
As despesas para participar de uma competição como essa são muitas. Ligeirinho lista os gastos com o carro para viajar, manutenção da bicicleta, inscrição, suplementos, hospedagem e combustível do retorno (para a ida ele conta com o apoio da prefeitura).
Até janeiro, Ligeirinho contava com o apoio do Governo do Estado através do programa FazAtleta, um incentivo dado ao atleta por meio de uma empresa “madrinha”, que ganha a concessão de abatimento no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e repassa o valor correspondente ao atleta apoiado. Por problemas operacionais, o suporte não foi renovado. “É difícil, dói dentro da gente porque a gente treina todos os dias, damos o máximo nos treinos para entregar o nosso melhor, e aí a gente se depara com a falta de patrocínio”.
Por enquanto, a única opção que restou ao campeão foi a triste decisão de ter que optar entre uma competição e outra, o que comprometerá o seu desenvolvimento como atleta profissional. Hoje, ele não sabe se conseguirá viajar para competir nos próximos meses, a menos que algum empresário esteja disposto a ajudar fazendo a permuta dos impostos devidos ao governo para apoiá-lo. “Eu tiro do meu, da minha família para ir competir, alcançar meus objetivos, trazer bons resultados para nós, euclidenses. Hoje eu não tenho mais condições de ir. Não posso deixar minha família passar necessidade”, desabafa Ligeirinho.