Três dias após a Polícia Federal (PF) e a Controladoria Geral da União (CGU) deflagrarem a operação Saturação, que investiga fraude e superfaturamento na contratação de ventiladores pulmonares, bombas de infusão e máscaras N95, nem a prefeitura nem o prefeito de Serrinha, Adriano Lima (PP), se pronunciaram até o momento. Retratos e Fatos tentou entrar em contato com o gestor e sua assessoria por diversas vezes, mas sem respostas até o fechamento desta matéria.
As investigações, iniciadas em novembro de 2020, revelaram a existência de um grupo de agentes públicos municipais que teria desviado milhões de reais da prefeitura através de três dispensas de licitação para contratação de uma empresa de fachada formalmente sediada em Manaus, no Amazonas.
Segundo informações da PF, em março de 2020 a empresa foi contratada pelo município de Serrinha duas vezes: a primeira para fornecer monitores e bombas de infusão e a segunda para fornecer ventiladores pulmonares. Em abril de 2020, ela foi novamente contratada, dessa vez para fornecer máscaras de proteção facial.
Na avaliação dos documentos, os órgãos federais identificaram superfaturamento dos produtos supostamente fornecidos pela empresa de Manaus/AM e fortes indícios de fraude nos três procedimentos de dispensa de licitação abertos pelo município.
VALORES SUSPEITOS
No que se refere aos monitores, por exemplo, a PF e a CGU apuraram um superfaturamento da ordem de 446,27% e suspeita de utilização de empresa “noteira” para inflar o valor desses produtos. Já em relação às máscaras, o superfaturamento foi de 118%.
Atualização em 02.12.21 às 18h52
Um assessor da prefeitura informou que o município irá se pronunciar assim que tiver acesso ao inquérito.