Desde que o presidente Bolsonaro vetou o Projeto de Lei que previa a distribuição gratuita de absorventes para estudantes de baixa renda de escolas públicas, mulheres em situação de rua e presidiárias, o assunto tem movimentado a opinião pública e o meio político em todo o país.
Bastante criticado e mergulhado em uma impopularidade sem precedentes, a atitude do presidente estimulou políticos Brasil afora a experimentar a popularidade e ganhos políticos que a distribuição do absorvente pode proporcionar.
Ao todo, até o momento, 11 estados mais o Distrito Federal pretendem adotar ou já sancionaram leis prevendo a distribuição gratuita de absorventes na rede de ensino. É verdade que muitas iniciativas nessa linha já haviam sido aprovadas antes mesmo do presidente carimbar o seu veto, mas nada comparado ao movimento que se vê agora.
Na Bahia, o governador Rui Costa também pegou a onda e anunciou na quarta-feira (13/10) que vai distribuir kits de absorventes para estudantes da rede estadual. Mais próximo da gente, os prefeitos de Tucano e Ribeira do Pombal, Ricardo Maia Filho e Eriksson Silva, respectivamente, já encaminharam à Câmara Municipal projetos semelhantes. Isso para não mencionar o grande número de vereadores em toda a Bahia que segue no mesmo movimento.
Na quarta-feira (13/10), o Governo do Estado do Rio de Janeiro anunciou que serão distribuídos absorventes higiênicos femininos para 326 mil estudantes da rede pública de 10 a 55 anos. Na segunda-feira (18/10), será lançada no Distrito Federal a campanha Dignidade Feminina – Da transformação de meninas a mulheres: mais cidadania e menos tabu.
Deixando de lado a jogada oportunista dos políticos e falta de criatividade e originalidade para pensar e propor projetos próprios, as iniciativas são válidas, desde que elas saiam do papel, principalmente quando se leva em conta que o objetivo principal, de um modo geral, é combater a precariedade menstrual, contribuindo, também, para a diminuição da evasão escolar, já que muitas meninas deixam de frequentar as aulas pela impossibilidade de comprar um simples e indispensável absorvente.
Segundo uma pesquisa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), 62% das meninas entrevistadas afirmaram que já deixaram de ir à escola por causa da menstruação, enquanto 35% afirmaram que já passaram por alguma dificuldade por não ter acesso a absorventes.
Siga Retratos e Fatos nas redes sociais
Instagram – www.instagram.com/retratosefatosoficial
Facebook – www.facebook.com/retratosefatos